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Ela era a última menina sozinha daquela cidade. Sarah, dezessete anos, filha de pais separados, um metro e sessenta e dois centímetros de drama, sorrisos e amores. Com cabelos na altura do seu ombro. E ela adorava se comparar a Capitu, a personagem de Machado de Assis. sábado, 07 de agosto de 2010 ____________________ Engraçado, a última vez que editei essa descrição eu tinha dezessete, hoje tenho vinte e um, continuo com a mesma altura, cresci só espiritualmente! Ah! Meus cabelos também cresceram, e não me sinto tão sozinha quanto antes, e eu ainda tenho um coração maior que o mundo. 26/07/2013

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

- Ela

Ela ri. Chora quando dói. Chora quando não dói. Acha o mundo ridículo e feliz. É menina que quer viver para sempre com o príncipe num castelo lá no alto da torre, num mundo cor-de-rosa, permeado de estradas floridas, borboletas e pássaros. É mulher. É filha. É irmã. E nesse posto é séria, paga contas e traça metas. Ela é feita de sonhos adiados e esperanças dilaceradas. Já viveu doces e amargos anos que deixaram dentro dela cicatrizes profundas, feridas abertas e lágrimas contidas. Já gritou de alegria. E de dor. Já quis fugir, morrer e já quis que o mundo parasse naquele momento em que tudo era arco-íris. Já levitou por entre nuvens. Já chafurdou na lama. E de lá, enxergou um fio de luz e se agarrou nele com tanta força que conseguiu, a muito custo, se desvencilhar do lodo. E se transformou novamente numa menina cor-de rosa. É absurdamente alegre e estranhamente triste. Dramática, insatisfeita,mimada, carente. Escreve escondido, faz manha, toma sorvete no pote, adora dadinho porque a faz lembrar do pai. Ama fotografia e rosas vermelhas pelo mesmo motivo. Canta desafinado alegres canções da infância. Ama Chico Buarque. E Vinícius. E Pessoa. E Clarice. E.. E.. Sente poesia por todos os poros. Sente poesia em tudo o que vê. Acha lindo a luz do sol que entra pela janela, o canto dos passarinhos ao nascer do dia. Acha lindo borboleta colorida voando em cima da flor. Adora gesto de carinho, mas morre de vergonha de receber elogio. Adora meias, canetas e luzinhas coloridas (o sonho dela era poder pintar de alegria todo o branco e preto do mundo). Adora água. E frio. Adora observar as pessoas e tentar ver nelas o bem (tem um lado Pollyana que insiste em sobreviver, apesar de tudo). Já enganou. Já foi enganada. É dramática, intensa, transitória, forte e frágil, na mesma (e incrível) proporção. Ela quer demais, exige demais, principalmente de si mesma, e por isso, muitas vezes, se frustra. Fala o que pensa, não faz jogo social e por isso mesmo, tem poucos, mas verdadeiros amigos. Ela é companhia, mas também é solidão, tranquilidade e inconstância, pedra e coração. Ela é feita de dúvida e certeza, esperança e medo, desejo e apatia, trabalho e indolência. Gosta de gente que sonha, que ri e que sente, mas que sente verdadeiramente, que se emociona com coisas simples : uma canção suave, um bom filme, um bom livro, uma palavra de carinho.Gosta das entrelinhas, das reticências, mas detesta ponto final. Ultimamente tem trabalhado muito e amado muito, muito e muito. Pensando bem, ela é só uma menina feita de lua, com fome de sol, e que voltou a ver estrelas...

eu rabisco o sol que a chuva apagou... 

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